Não esse post não é pra falar propriamente sobre ectoplasmas. Mas sobre os fantasmas que nos assombram o tempo todo. Quem viu o filme "Os Fantasmas de Scrooge" sabe do que eu to falando. Nesse caso não são fantasmas dos natais passados, mas fantasmas do passado e do futuro que terrivelmente prosseguem em nos assombrar. Quem nunca se sentiu oprimido por não se libertar de algo do passado, ou por não conseguir visualizar com segurança o futuro? Pois é, eles estão por aí, procurando só um momento de fraqueza pra assombrar nossas mentes. Medo, Expectavtivas, Fracassos, Inseguranças, Ansiedades, Mágoas, Invejas, Incertezas, e por aí vai... fantasmas que assombram a mente de todos nós.
E nossos fantasmas são criaturas muito curiosas. São criaturas sim, porque somos nós que os criamos.
O medo por exemplo: Quantos tormentos o medo é capaz de nos impor? A pessoa com medo não se dispõe a sair, a se relacionar, a ousar fazer um concurso, um teste, uma prova, a praticar um esporte, a viajar sozinha, mesmo acompanhada. O medo entrava as nossas potencialidades, bloqueia as nossas capacidades.
Mas, ao lado do fantasma medo, às vezes [não quero dizer que o medo sempre vem acompanhado], mas às vezes nós criamos o fantasma mágoa. Como é ruim o fantasma da mágoa. Porque estando magoados com alguém, passamos a cortar do nosso caminho, do nosso relacionamento, um bocado de criaturas, que são relacionadas com aquela contra a qual nós alimentamos mágoa. Estamos magoados porque alguém não nos tratou como gostaríamos, não falou conosco como gostaríamos, não mobilizou providências para nós como necessitaríamos. Estamos magoados, porque a pessoa não nos olhou da forma mais simpática, ou porque fez uma pilhéria de mau gosto conosco, ou porque não teve essa ou aquela consideração conosco: a autovitimação. Passamos a ser vítima das pessoas, e a vida se nos transforma num verdadeiro inferno.
Também temos o fantasma da inveja.
Quando a criatura tem inveja de outra, quando surge o despeito na vida da gente com relação a alguma outra criatura, não conseguimos mais ter sossego. Porque tudo quanto a outra criatura consegue nos resseca a boca, nos vem um gosto de fel na boca. A inveja tem o poder de nos aniquilar gradativamente.
Mas não confundamos a inveja, com a instigação que alguém possa produzir em nós o incentivo. Se vemos uma criatura comprar um carro, mudar de casa, fazer uma viagem, e ficamos invejosos, desejamos tudo de mal para essa pessoa, imaginamos as coisas mais ruins. Como é que ela comprou essa casa, como é que adquiriu esse carro? Como é que, como é que...
Mas, quando as pessoas são objetos de nossa admiração, dizemos: Que bom que Fulano passou no vestibular. Ah! Eu também vou fazer o vestibular! Que bom que Fulano comprou o carro, vou trabalhar para comprar o meu.
Já não é a inveja. Eu estou feliz com o que a outra conquistou, eu estou feliz com o que aquela criatura conseguiu, só que eu também quero conseguir, baseado no êxito dela. Ela está servindo então, como apoio para minha realização. [É bom distinguir o que é a inveja e o despeito, do que é a motivação que outras pessoas nos dão.]
Dessa maneira, surgem outros fantasmas. Exemplo sobre a raiva:
Quando o fantasma da raiva começa a nos rondar, parece que não há nada mais no mundo a não ser o objeto da nossa raiva. E a criatura contra quem alimentamos a raiva passa a ser uma figura permanente em nossa mente. E como é paradoxal. Aquela criatura contra qual nós temos raiva, ela é que vive na nossa intimidade, e não aquelas outras, as quais amamos. Podemos perceber.
No entanto, quando temos raiva de alguém, ficamos mastigando essa massa indestrutível que nos causa mal-estar. O dia em que eu encontrar com Fulana, ela vai ver. No dia em que eu me deparar, ai dela que fale comigo, se se dirigir a mim..., eu fico maquinando os argumentos que desejarei ter para com ela, no dia em que a encontrar. Não é à toa que os nobres anjos da Humanidade nos ensinam que o amor nos liberta enquanto o ódio nos aprisiona. Quando amamos as pessoas até esquecemos das coisas mais comezinhas da nossa relação com elas, mas quando odiamos alguém, nunca esquecemos.
Temos o fantasma da Ansiedade e Insegurança:
Os pensamentos negativos e catastróficos podem ser desencadeados por traumas e por insegurança, ambos relacionados também à baixa autoestima. A preocupação exagerada com um futuro que ainda não aconteceu é uma clara demonstração de insegurança. O excesso de pensamentos ruins inevitavelmente gera um ciclo vicioso que tende a esmagar a autoestima do indivíduo. A ansiedade é um combustível que alimenta a baixa autoestima. Nem sempre ela é negativa, claro, mas uma pessoa que sofre por antecipação está claramente se sentindo em desvantagem diante de uma situação. A falta de segurança pode prejudicar ainda a vida pessoal e profissional. Uma pessoa insegura diante de um chefe certamente não será valorizada no trabalho, com isso as frustrações aparecem e ela passa a acreditar que não é boa o suficiente para desempenhar algumas funções. O mesmo, pode acontecer em um relacionamento, quando um dos parceiros trai e o outro descobre, em casos assim, o trauma pode ser grande e reduzir a autoestima e o amor próprio a níveis baixíssimos. Se somos expostos a corpos esculturais, a vidas glamurosas, rapidamente comparamos com o que somos e o que temos, e em 99% das situações, os indivíduos sentem que estão abaixo, o que causa um sentimento natural de inferioridade. Mas acreditar em si é tão fundamental quanto manter um raciocínio lógico diante de qualquer situação da vida.
Fantasmas, os mais terríveis fantasmas, não são aqueles da mitologia popular, que arrastam correntes, que uivam nos quintais e que usam os lençóis alvos sob a luz do luar.
Os fantasmas mais perigosos contra os quais temos que lutar, com a prece e com o trabalho, são os nossos fantasmas morais que nos afastam da paz, que nos roubam a harmonia, que aniquilam nossa vida.
Não deixe que esses fantasmas atrapalhem sua vida... Assim como o Scrooge tire algo de bom deles, procure ser a cada dia melhor, sempre!
Até mais,
P.M.